segunda-feira, 10 de março de 2008

Novo apelido "Forrest Gump"


Antes de começar quero dizer o quanto fiquei chateado em ir a um lugar que tem linha de trem e ñ ver um. Pohha desse jeito eu morro e ñ vejo um trem.

Mais vamos aos fatos. Visualizem a cena, 4 e tanta da madrugada de sábado pra domingo, eu estava literalmente perdido em Brumado depois de ter saido de uma festa. Detalhe, o único companheiro que eu tinha era um copo que estava um pouco abaixo da metade e que era o responsável pelo meu ja avançado estado de alcoolismo.
E além da sensação de "estar perdido" ainda teve um sentimento de culpa,um diálogo entre meu coração e minha cabeça, pensamentos subversivos e a lembrança de um texto sobre uma boneca de porcelana.
Vamo por partes...
A sensação de estar perdido.
Não estou falando de "estar perdido" geograficamente, estou falando em perdido em meio a uma confusão de pensamentos racionais e emoções. Pensamento e emoções estes , que eu estava passando por cima achando que seria melhor assim, que esse seria o jeito mais adulto de encarar a situação. Mais como toda boa verdade, essa fez o favor de sair de debaixo do tapete para qual eu a estava empurrando e se mostrar enorme em minha frente.
Logo o Sr. Farsante que se vangloria pra quem quiser ouvir que não é mais uma criança, logo ele que sempre enfrenta as situações com uma maturidade invejável, sentiu-se perdido como um menino e encarou essa situação como um moleque mimado.
Sentimento de culpa.
Essa ficha demorou muito pra cair. Eu não tinha feito nada de errado, só estava agindo como de costume, claro que o meu "de costume" não é nenhum exemplo de conduta, mas que mal eu podia fazer??? e a resposta vem rápido.
Diálogo entre o coração e a cabeça.
Essa parte acho que todo mundo entende, quem nunca se pegou em verdadeiros debates acalorados entre o que vc acredita ser o certo e o que vc senti. Pois dessa vez meu coração, que é sempre tão obediente, resolveu se manifestar.
Coração: ho seu idiota, vc ta se sentindo culpado por se magoar.
Cabeça: Que nada, escuta ele ñ, continua assim que qualquer outra atitude não vai nem fazer sentido.
Coração: Mais se não ta te fazendo bem, porque continuar???
Cabeça: E ele vai ficar esperando tudo se resolver como em passe de mágica???
Coração: Eu ñ to dizendo isso, só disse que ñ é a primeira vez que ele se senti culpado. E vc toma suas decisões e quem paga o pato sou eu.
Cabeça: Quem paga o pato é ele.
Eu: sim, e qual é a decisão de vcs???
silêncio...
Pensamentos subversivos.
E ja que depois dessa conversa eu ñ podia mais confiar no que eu achava que era o certo. Me veio algumas idéias que no momento pareciam perfeitas.
Pensei que talvez aquele trem me levasse pra um lugar melhor, que ali ñ era o meu lugar, que eu precisava urgentemente ver o mar(ele sempre me trás tanta paz), que quando alguém esta fugindo, quando alguém não sabe pra onde vai esse alguém não pode estar perdido. E me veio uma vontade de correr, é isso mesmo, estilo Forrest Gump.

Desfecho. Depois de alguns minutos correndo fui resgatado pelo o mais recente dos amigos-irmãos(mas nem por isso menos importante) que me perguntou.
-Porque vc tava correndo Ferraço???
-Pohha, pergunta difícil uma hora dessa.
E enquanto eu voltava pra casa me lembrei de um texto sobre uma boneca, e pensei que era uma merda o fato daquele texto fazer tanto sentido agora.
Cheguei em casa peguei uma caneta e um caderno... O sol ja nasceu tem alguns minutos e eu acho que ja escrevi tudo que eu queria.

O trecho a seguir foi escrito no domingo, depois de ter acordado.
Não tem mais sensação de perdido, culpa ou idéias subversivas, mais o texto da boneca não sai de minha cabeça. E eu decidi para de beber. Se é pra ficar confuso assim.


Um comentário:

Amanda disse...

Quer dizer que você é mais um vítima de Annabelle?
Acho que nunca te expliquei quem ela é.
Annabelle é o alterego de alguém que só escreve quando está muito triste ou muito feliz. Por isso, o mundo dela é sempre cinza ou colorido demais.
Annabelle se alimenta de sentimentos, sensações.
Annabelle desacreditou do amor até conhecer o Amor...
Eu sei que no último texto dela, o Amor e ela chegam a conclusão de que é melhor mesmo começarem a esquecer, mas a novidade que você ainda não sabe (e saberá apenas no próximo post com mais detalhes) é que Annabelle resolveu partir pro tudo ou nada, porque sente que não pode deixar o Amor escapar por entre os dedos.

No mais, "quando a gente fica em frente ao mar, a gente se sente melhor".
E eu moro em Ilhéus.
:D

(sim, isso é um convite)